quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A Lua-de-mel em Caxias, do Hemisfério Sul...Capítulo VII








O nosso casamento, pelo civil e por procuração, realizou-se na Rua Nova Stella em Caxias, no dia 7 de Dezembro de 1977. Enquanto ocorria, julgo que pelas 16:00h locais, e do outro lado do Atlântico, o noivo cumpria o seu sétimo dia de trabalho numa nova empresa.
A viagem da Luísa para o Brasil estava marcada para o dia 9, uma sexta-feira.
Concluída toda a logística da mudança e após uma atribulada despedida no aeroporto da Portela, em particular da mãe Iolanda, a determinada Luísa encetou e encarou sozinha uma nova e revolucionária etapa na sua vida.
A aguardá-la no aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro encontrou, para surpresa dela, o sogro Fernando com um ramo de flores, num tipo de atenção muito próprio dele e que, como iremos ver, contrastava com a inexperiência e pouca perspicácia do jovem noivo.
A escala no Rio durou poucas horas e o embarque para Porto Alegre efectuou-se às 10:00h da manhã, no emblemático voo RG 100 da Varig, com chegada prevista para o meio-dia. Até aqui tudo correu bem nos planos mentais da Luísa que, julgo, encarou a segunda etapa da viagem de forma ainda mais entusiasmada.
A acolher a Luísa em Porto Alegre, o noivo encarregou-se de juntar uma numerosa delegação gaúcha, para além da mãe e irmãs, sendo que os primeiros manifestavam uma inquestionável curiosidade em conhecer quem era aquela portuguesa que tinha conseguido manter amarrado o coração do Jorge durante a longa separação, blindado às conhecidas incursões atrevidas das moças tupiniquins. As encaloradas e apetecíveis indígenas que foram determinantes no processo de colonização do Brasil, efectuado muito mais à custa da miscigenação do que da espada.
Será que esta portuguesa Luísa era possuidora de poderes obscuros? Para melhor entendimento desta curiosidade há também que ter presente a imagem pouco abonatória que na década de 70 os brasileiros tinham de Portugal em geral e das mulheres portuguesas em particular.
E a Luísa para eles foi uma grande surpresa, quer pela sua natureza afável quer pela sua imagem de bonita mulher! Começaram a perceber que afinal de “burro” aquele português não tinha nada…
Surpresa teve também a Luísa ao ver que, depois do almoço e de a instalar em casa da minha mãe na Rua Duque de Caxias, viu o noivo ir trabalhar de tarde ao final da qual iríamos para Caxias do Sul passar a nossa lua-de-mel no Hotel Samuara. Esta aparente desatenção do noivo, após um ano de separação e de um casamento realizado com os constrangimentos conhecidos, não estava nos planos dela.
Mas a insegurança do Jorge, receoso do impacto que teria na nova empresa ausentar-se naquela tarde, e a sua natureza ainda pouco aguerrida argumentativa sobrepôs-se à vontade de estar com a sua amada. Pensou que a compensação chegaria com a tão ansiada viagem a Caxias do Sul.
O cenário da serra gaúcha onde consumámos o nosso amor não podia ser mais adequado! Estávamos no final da Primavera no hemisfério sul e as hortênsias completamente desabrochadas criaram o plano de fundo ideal para os dias que lá passámos, onde ensaiámos os primeiros inexperientes passos da descoberta da vida a dois, colocando em prática todo o amor que sentíamos e sentimos um pelo outro, certos de que apesar dos altos e baixos que a vida nos iria impor, este era o caminho e a viagem que queríamos percorrer.
E posso dizer-vos que praticámos afincadamente!
Neste aspecto, as fotos que acompanham este texto apenas ilustram os intervalos de repouso, passeio e descontracção que os “guerreiros do amor” entenderam absolutamente necessários para retemperar forças...
Eu sei que vou-te amar!
A História segue dentro de momentos...

1 comentário:

  1. Eu Sei Que Vou Te Amar
    (versão Adriana Calcanhoto)
    Composição: Tom Jobim/Vinícius de Moraes

    Eu sei que vou te amar
    Por toda a minha vida
    Eu vou te amar
    A cada despedida
    Eu vou te amar
    Desesperadamente
    Eu sei que vou te amar..
    E cada verso meu será
    Prá te dizer
    Que eu sei que vou te amar
    Por toda a minha vida...
    Eu sei que vou chorar
    A cada ausência tua eu vou chorar
    Mas cada volta tua há de apagar
    O que essa tua ausência me causou...
    Eu sei que vou sofrer
    A eterna desventura de viver
    À espera de viver ao lado teu
    Por toda a minha vida...
    Eu sei que vou te amar
    Por toda a minha vida
    Eu vou te amar
    A cada despedida
    Eu vou te amar
    Desesperadamente
    Eu sei que vou te amar...
    E cada verso meu será
    Prá te dizer
    Que eu sei que vou te amar
    Por toda a minha vida...
    Eu sei que vou chorar
    A cada ausência tua eu vou chorar
    Mas cada volta tua há de apagar
    O que essa tua ausência me causou...
    Eu sei que vou sofrer
    A eterna desventura de viver
    À espera de viver ao lado teu
    Por toda a minha vida...

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