quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010



O Namoro Vence Barreiras...Capítulo III






Em finais de 1974, vencendo a minha atávica timidez, começámos a namorar...
Para quem nos conhece, calculem a intensidade e a paixão com que vivemos esses tempos de uma verdadeira "hemorragia emocional e hormonal"...
Dos cerca de 3 anos de namoro, estivemos fisicamente juntos apenas durante 9 meses. Mas os suficientes para que uma marca indelével se gravasse em cada um de nós.
Os anos da Revolução dos Cravos foram turbulentos em todos os sentidos e transformaram a sociedade portuguesa. A mim e à Luísa este tempo impôs uma dura prova: A separação física!
A nossa despedida, bem como a dos nossos amigos, foi algo de indescritível e profundamente tocante.
Foi nessa ocasião que, creio que pela primeira vez, o Almirante Joaquim Trindade aplicou uma palmada no rabo da sua adorada filha, a quem carinhosamente chamava "borrega", para que ela entrasse no carro e se "descolasse" de mim...
Foi também nessa ocasião que, o habitualmente reservado e distante irmão João Carlos, "aplicou-me um sermão", que na altura até me pareceu uma ameaça (!), de que ai de mim se fizesse algum mal à sua querida irmã, isto no caso de me "perder" por terras tupiniquins...
De Agosto de 1975 em diante só nos restavam as cartas. Nesse tempo, para quem não saiba ou se lembre, não existia Internet, telemóveis, blogues, twitters, redes sociais, e-mails, coisas tão banais nos dias de hoje!
E foi por correio, e alguns escassos telefonemas porque a tarifa era cara, que "alimentámos" o muito amor e paixão que temos um pelo outro. Aliás, pelo telefone até corríamos o risco de a Luísa não me identificar, tão estranho para ela era o sotaque que eu rapidamente tinha adquirido...
Recordo ainda um audacioso vestido vermelho que mandei para a Luísa por encomenda postal (mais tarde fiquei roído pelo ciúme imaginando o olhar "guloso" dos galifões lusos...), que julgo que fez algum furor por cá.
Até hoje mantenho esse hábito de oferecer alguma roupa à Luísa, mas especializei-me mais numa outra área mais do meu gosto: a roupa interior...
No Verão de 1976 uma delegação lusa aterrou no aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre: A Luísa e os namorados das minhas irmãs, o Fernando e o João Pedro. Podem imaginar a "fuçanguice" que se seguiu, depois de tão longa separação...A mãe Eduarda não teve mãos a medir!!! Afinal teria de prestar contas à D. Iolanda e ao Sr. Almirante sobre a forma como cuidou da sua filha Luísa...
E, a Luísa e o Jorge renovaram os seus votos, a sua paixão e o seu compromisso!
Com carácter algo premonitório, um dos locais que a Luísa e eu visitámos foi Caxias do Sul, cidade do interior do Estado do Rio Grande do Sul, onde 1 anos e meio depois iriamos passar a lua-de-mel...
O período do verão de 1976 até Dezembro de 1977 para mim passou muito devagar...
Mas a paixão venceu todas as barreiras, do tempo e do espaço, e mais algumas de que falaremos adiante.
A História segue dentro de momentos...

2 comentários:

  1. estou a adorar panzón!!! estou ansiosa por ver os próximos ;)

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  2. que casal lindo e seu amor sempre foi essa tao forte que mesmo distancia nunca podia fazer barreira para seu amor por um e outro!adoro voces no fundo de minha coracao e tio essas historias sao lindas estou adorando ler e ate aprender coisas que nao sabia!te amo

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